Queridos jovens,
A minha reflexão de hoje é sobre a importância da oração nas nossas vidas.
Num mundo saturado de distrações e desafios, a oração manifesta-se como um farol que ilumina a escuridão, guiando-nos para a comunhão mais profunda com o divino.
À luz do Ano de Oração de 2024, anunciado pelo Vaticano, no dia 21 de janeiro, somos chamados a considerar a oração como uma prática espiritual, e como uma disciplina contemplativa que fortalece a nossa fé.
No tempo pascal, a palavra “alimentar” assume uma dimensão litúrgica. Do mesmo modo que nutrimos o nosso corpo para sustentar a vida física, a oração apresenta-se como nascente espiritual essencial para manter viva a chama da fé.
D.Rino Fisichella adverte-nos que, mais do que uma rotina religiosa, a oração é uma fonte de revitalização espiritual, um bálsamo que nos conecta mais intimamente com Deus.
Ao contemplarmos as palavras inspiradoras do Papa Francisco sobre a importância da oração, somos conduzidos a compreender que é na união com Deus, na comunhão mística com o divino, que encontramos a verdadeira essência da nossa peregrinação de fé.
Neste Ano de Oração, somos convocados a mergulhar nas profundezas da espiritualidade, onde cada momento de oração assemelha-se a uma purificação sagrada, uma semente plantada no coração humano.
Ao dobrar os nossos joelhos e abrir os nossos corações, participamos de uma “liturgia cósmica” com o divino, no qual a palavra pronunciada se transforma numa nota musical que atravessa os recônditos do universo espiritual. A linguagem da oração transcende o que é verbal; é a expressão da alma que, nas suas profundezas cria uma única sinfonia, uma melodia que reflete o céu.
A oração não é uma conversa unilateral, mas um diálogo com Deus entre o efémero e o eterno. Cada suspiro sincero é como um “acorde eucarístico”, que soa no aposento divino, uma invocação que transcende as barreiras terrenas. É um idioma que Deus entende, mesmo antes de ser articulado, pois, no silêncio das nossas intenções, Ele já sonda o íntimo dos nossos corações.
Na suavidade da oração, encontramos um espaço para expressar as nossas necessidades e anseios, mas também um abrigo onde as palavras são desnudadas, revelando a verdadeira essência de quem somos. É verdadeiramente um momento íntimo onde não há máscaras e transparece a autenticidade da alma diante do Altíssimo. Cada palavra, mesmo sussurrada, é como um grito que chega aos ouvidos de Deus Pai.
A linguagem comovente da oração vai além das formalidades; é uma linguagem de amor divino, confiança e entrega. É um chamamento aos céus, não apenas com palavras, mas com a própria essência do nosso ser. É neste modo de abrir a alma que descobrimos que a oração é uma viagem, isto é, uma oportunidade de nos perdermos nos braços do amor divino.
Que, durante este tempo pascal, possamos aprofundar a nossa compreensão da linguagem da oração. Que as nossas palavras se tornem “melodia litúrgica” e música ritual que acariciam os ouvidos de Deus. Que cada suspiro sincero seja uma prece que vá para além das estrelas. No exercício da oração, encontramos uma prática espiritual e uma experiência mística de encontro com o sagrado, um encontro de amor que transcende o tempo e o espaço.
Queridos jovens, neste caminho espiritual, quero deixar-vos uma palavra de conforto. Que saibais que, mesmo nos momentos mais difíceis, vós nunca estais sozinhos. Que a luz da oração vos guie e vos console em todos os momentos da vossa vida.
Rezai com confiança, sabendo que as vossas preces são ouvidas e que vós sois amados incondicionalmente pelo divino.
Contai também com a minha oração.
Com fé e esperança,
Frei Ricardo Jorge OFMCap