No próximo dia 10, quinta-feira, ocorre o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas no mesmo dia do mês, em 1948. Esboçada por John Peters Humphrey, do Canadá, teve a colaboração de outras pessoas de todo o mundo, ainda abalado pela recente Segunda Guerra Mundial.
Dela nasceram, depois, os dois tratados sobre direitos humanos da ONU, com força legal: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais.
O ideal daquela Declaração, pretendia atingir os povos de todas as nações, para que, através do ensino e da educação, fosse promovido o respeito por esses direitos e liberdades e se adotassem medidas progressivas de caráter nacional e internacional, assegurando o seu reconhecimento e cumprimento tanto entre os povos dos estados-membros que a subscreveram, como entre os povos dos territórios sob a sua jurisdição. O ideal continua em grande parte irrealizado, e a pedir o empenhamento individual e coletivo.
Por isso, a Coleção EVANGELHO DA VIDA associa-se à celebração que nesse dia vai ter lugar na mesquita de Lisboa. A iniciativa é da Lusófona (Departamento de História das Religiões e do Observatório Nacional da Liberdade Religiosa). Terá a participação do Sheik Munir da mesquita, do rabino da Sinagoga Judaica e de frei Fernando Ventura, capuchinho, diretor da Revista Bíblica e membro daquele Observatório. A sessão durará 30 minutos. No final, após a intervenção dos representantes das três religiões monoteístas, será lida em conjunto a chamada “Oração de S. Francisco pela Paz”.
Eis o texto das três religiões, a proclamar ali:
Somos filhos de um Deus comum, que saiu de si em direção a nós.
Somos filhos de um pai comum que saiu de Ur em direção à voz de Deus.
Somos irmãos num Deus e Pai comum,
que nos desafia a sair em direção a um nós e em direção ao mundo.Neste dia em que o mundo celebra o aniversário da
Declaração Universal dos Direitos do Homem,
um dos documentos mais violados até por homens e mulheres de religião, reunimo-nos nós, Homens de Fé,
na simbologia do gesto que grita urgência,
na oração partilhada que grita fraternidade,
no sonho de que o grito se faça eco,
neste tempo cada vez mais necessitado
de que os homens e mulheres de fé se façam ouvir
por cima do barulho ensurdecedor das religiões que matam,
num mundo cada vez mais universalmente em perda de direitos,
onde cada vez há mais seres humanos
a não serem tratados como pessoas.Faz de nós, Deus, instrumentos da tua paz,
construtores de um mundo novo,
onde todos os Humanos possam ter Direitos,
e onde todos cumpramos os Deveres
de ser construtores de Paz e concórdia,
de humanidade e de vida, vivida na fraternidade de ser
com as diferenças que nos completam
e na certeza de que, no tempo, somos construtores de eternidade.
Recomendamos que descarregue o ficheiro pdf abaixo com uma versão mais completa, que inclui a "Oração de S. Francisco" em língua Portuguesa, Árabe e Hebraica.
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