Religioso da Província dos Capuchinhos de Castela, nasceu em 10 de Junho de 1888 em Idia­zábal, pequena aldeia da provín­cia de Guipúscua. Vestiu o hábito capuchinho, com 15 anos de idade, em 4 de Outubro de 1903 no Convento de Bilbau. Aí emi­tiu a profissão temporária em 5 de Outubro do ano seguinte, a profis­são perpétua no Seminá­rio de El Pardo em 6 de Outubro de 1907 e recebeu a ordenação sacerdotal na Catedral de León em 6 de Janei­ro de 1914. Estudou Filosofia no Convento de Fuenterrabia, de 1907 a 1910, e Teologia no Convento de León, de 1910 a 1914.

Nos primeiros anos do seu sacerdócio dedicou-se ao ministério da pregação sobretudo na zona da Galiza. Era muito apreciado pela sua bondade natural, belíssima voz e qualidades musi­cais que muito o ajudaram a cumprir os seus compromissos apostólicos. Esteve no Con­vento da Corunha pelo espaço de seis anos, até 1931. Nessa altura foi proclamada a República e o Frei João Evan­gelista foi transferido para a Fraternidade de Bilbau. Aí residiu até à liber­tação de Bil­bau em 19 de Junho de 1937, depois de ter pas­sado o primeiro ano da Guerra Ci­vil espanhola no meio dos nacio­nalistas bascos.

Cerca de três meses depois, deixou a sua Província de Castela e entrou em Portugal em 4 de Agosto de 1937. Tinha então 49 anos de idade. Foi destinado ao Convento de Barce­los e nessa Fraterni­dade dedicou-se a confessar, quase diariamente, durante uma vida inteira, os penitentes, quer da cidade quer das freguesias conce­lhias que, sobretudo em dias de feira municipal, às Quintas-feiras, acorriam à nossa igreja de Santo António para celebrar o Sacra­mento da Recon­ciliação. Também devotou um interesse especial à animação do culto e das celebrações litúrgi­cas que abrilhantava com os seus excelentes dotes de exímio cantor.

Transcorridos dois anos, o então Comissário Geral, Frei Da­mião de Ódena, nomeou-o Guar­dião dessa Fraternidade, cargo que exerceu ininterruptamente até Dezembro de 1948. De 1948 a 1952 foi-lhe confiado o ofício de Ecónomo dessa nossa Casa de Novici­ado, de que voltou a ser Guardião de Agosto de 1952 a Março de 1955.

Como Guardião, além de se dedicar aos trabalhos referidos, teve o grande mérito de dirigir a construção definitiva da nossa Casa de Barcelos, coadjuvado pelo Frei Damião de Villahibiera, e de angariar para isso os indispensáveis meios económicos, obtendo avultadas ajudas da popula­ção de Barcelos e das freguesias do concelho.

Em 1955 foi destinado como Guardião para a nossa Fraterni­dade de Coimbra onde esteve até 1957, data em que voltou para Barcelos ao convívio dos seus muitos admiradores e amigos. Aí continuou a trabalhar e a animar o culto da igreja de Santo António e a vida con­ventual até partir deste mundo para o Pai.

Além de ter desempenhado durante cerca de quinze anos o ser­viço fraterno de Guardi­ão dessa Comunidade, o Frei João Evange­lista foi Segundo Assistente do Comissariado de 1946 a 1948; voltou a sê-lo de Dezembro de 1951 até Março de 1955.

Foi um irmão que entre nós nos deixou um verdadeiro teste­munho evangélico de ale­gria, de simplicidade franciscana, de zelo pela dignidade do culto da Casa de Deus e de permanente dispo­nibilidade para acolher os fiéis que a ele recorriam, quer para celebrar o Sacra­mento da Re­conciliação quer para outros serviços ministeriais.

Outra faceta não menos importante da sua forte personalidade foi o carinho e a atenção espiritual com que sempre procurou acompanhar e estimular os noviços do nosso então Comissariado Geral que, durante muitos anos, ali residiram e nessa Fraternidade receberam a sua formação inicial na vida capuchinha.

Faleceu na nossa Fraternidade de Barcelos em 26 de Setembro de 1969, vitimado por uma trombose cerebral. Contava 81 anos de idade, 65 de vida religiosa e 55 de sacerdócio. Ficou sepultado no Cemitério Munici­pal de Bar­celos em talhão privativo dos Capuchinhos.