Religioso brasileiro da Província dos Capuchinhos de São Paulo, Brasil, nasceu na povoação de Limeira, no Estado de São Paulo, em 27 de Julho de 1907, de ascendência italiana, com o nome de António Menegazzo. Ingressou no Seminário Seráfico de São Fidélis em 29 de Janeiro de 1930 com 24 anos de idade e, quatro anos depois, tomou o hábito capuchinho no Convento de Piracica­ba em 21 de Feve­reiro de 1933. Aí emitiu a profissão temporária em 26 de Fevereiro do ano seguinte, a profissão perpétua no Convento de Mococa em 1 de Março de 1936 e foi ordenado sacerdote em 8 de Dezembro de 1938. Fez o curso de Filosofia de 1933 a 1935 e o de Teologia de 1935 a 1939.

Dedicou-se desde muito desde muito jovem a trabalhar no pro­cesso formativo da “iniciação mais intensa e da experiência mais profunda da vida evangélica franciscano-capuchinha” dos futuros candidatos à Ordem. Assim, antes de deixar a sua Província, desempenhou nela o cargo de Vice­-Mestre e depois de Mestre de Noviços no Convento de Taubaté, de Dezem­bro de 1942 a Feve­reiro de 1950. No momento em que foi convidado pelo então Comissário Geral, Frei Mateus do Souto, para nos vir ajudar na im­plantação e consolidação da Ordem no nosso país, renunciou à guardiania da Fraternidade de Taubaté, cujo encargo estava prestes a terminar, e em­barcou para a Europa.

A sua chegada a Portugal verificou-se em 16 de Novembro de 1952. Com breve passagem pela Fraternidade do Porto, seguiu depois para a de Barcelos a fim de assumir a direcção do noviciado como Mestre de Noviços em substituição do Frei Fulgêncio de Alfredo Chaves, que também nos ti­nha sido enviado pelo Ministro Geral em 1949 para aqui lidar com a forma­ção inicial dos nossos jovens nos valores da vida consagrada e na estru­turação da nossa futura Província.

Isto teve lugar em 29 de Novembro de 1952. Durante os oito anos que permaneceu no meio de nós, o Frei Epifânio esteve sem­pre empenhada­mente envolvido, como Mestre de Noviços, na formação espiritual dos fu­turos Capuchinhos, prestando assim um notável serviço no progresso da nossa Ordem em Portugal.

Em 14 de Janeiro de 1955 a Cúria Geral de Roma nomeou-o Segundo Assistente do Comissariado; em 9 de Março desse mesmo ano, o então Comissário Geral, Frei Cornélio de San Feli­ces, confiou-lhe o cargo de Vigá­rio da Fraternidade de Barcelos, ofício que manteve até Junho de 1958. Enquanto esteve em Bar­celos a cuidar da formação dos nossos noviços, mos­trou-se tam­bém sempre muito disponível para cooperar com os irmãos da Fraternidade noutras tarefas e serviços, sobretudo no ministério do con­fessionário, acolhendo os muitos fiéis que diariamente ali acor­riam para celebrar o Sacramento da Reconciliação.

Religioso de intensa vida interior, austero, obediente, humilde, cheio de amor à vida conventual e fraterna, era muito exigente consigo mesmo e com os outros no concernente à estrita observân­cia da Regra e das antigas Constituições na linha da espiritualidade tradicional dos primei­ros capuchinhos.

Deixou Portugal em 19 de Dezembro de 1960 para regressar defini­tivamente à sua Província de São Paulo. Três anos depois, aí lhe entrega­ram novamente o encargo de Mestre de Noviços, vindo a desempenhar também, em anos sucessivos, as funções de Guar­dião e Vigário Coadjutor em Tauba­té, Marília, Penápolis, Piraci­caba, Botucatu, Santo André e Santos. A partir de 1985, passou a residir habitualmente na Fraternidade de Taubaté, mas os seus últimos dias foram vividos em Piracicaba para aí melhor poder ser tratado da sua debilitada saúde.

Na sua Província foi considerado um verdadeiro Pai espiritual para os fiéis leigos, para os sacerdotes e religiosas que habitual­mente o procuravam para receber orientação espiri­tual e ser aten­didos no Sacramento da Reconciliação. Compreendia o trabalho como dom divino. Jamais se negava ao atendimento de quem o procurava. A quem o questionava sobre op cansaço respondia: “Se Deus me envia trabalho é porque sabe que darei conta”.

Frei Epifânio foi um exemplo vivo de simplicidade e alegria franciscana-capuchinha. Acreditava e confiava na Providência divina. Para ele, Deus, único e supremo Bem, é tão bom que liberta de todas as preocupações da vida aqueles que se põem ao seu serviço e se abandonam à sua Divina Providência.

Faleceu na Santa Casa da Misericórdia de Piracicaba, onde se en­contrava internado, vítima de septicemia no dia 30 de Junho de 2002. Contava quase 95 anos de idade, 68 de vida religiosa e 64 de sacerdócio.