Oriundo da Beira Interior, nasceu na vila de Nelas, distrito de Viseu, em 15 de Março de 1967. Do seu persistente contacto com os irmãos da extinta Fraternidade de Cabanas de Viriato nas­ceu a sua decisão de abraçar a vida consagrada na nossa Ordem Capuchinha. Através desta experiência de convivialidade fraternal descobriu o genuíno carisma franciscano como um convite perma­nente a uma vida feita de simplicidade, jovialidade, humildade e de doação aos outros. Assim, mal terminou o serviço militar, e já com 25 anos de idade, atraído por esse estilo de vida fraterna, ingressou no noviciado e vestiu o hábito capuchinho em 17 de Setembro de 1992 na Fraternidade de Cabanas de Viriato, sediada na diocese visiense. Aí emitiu também a profissão temporária em 5 de Setem­bro do ano seguinte e, cinco anos mais tarde, em 29 de Novembro de 1998, fez a sua profissão perpétua na nossa Fraternidade do Porto.

Foi nesta Fraternidade que, nos primeiros anos do pós-novi­ciado, continuou a investir na sua formação cristã e franciscana, e completou os estudos académicos. Mas em 2 de Outubro de 1997, no âmbito do chamado “Ano de Pastoral Fraterna”, partiu para Angola a fim de fazer aí a sua experiência missionária “ad gentes”. Ficou então integrado na Fraternidade de Santo António de Luanda. Concluída esta etapa da sua humana e pastoralmente enri­quecedora experiência missionária em terras de missão, regressou à nossa Província em 25 de Agosto de 1998. Passou a fazer parte da Fraternidade de Gondomar para nela continuar o seu tempo de formação em variadas ocupações e, ao mesmo tempo, preparar-se espiritualmente para a sua consagração definitiva na vida capuchi­nha.

Em Fevereiro do ano seguinte, transitou para a Fraternidade do Porto como responsável da Enfermaria Provincial. Aí encontrou terreno propício para o exercício de uma vida escondida feita ape­nas de generosa e devotada dedicação aos seus irmãos alquebrados pela doença, com uma prodigiosa mistura de dádiva pessoal e de amor fraterno, para lhes poder exprimir todo o seu carinho mater­nal. Cumpria assim o desígnio do Seráfico Pai São Francisco que desejava que os seus frades, em determinadas situações, exerces­sem o “ofício de mães” para com os seus irmãos sobretudo os fisi­camente mais debilitados.

Vocacionado para este ofício de “Bom Samaritano”, passava constantemente pelos pequenos quartos da Enfermaria: inteirava-se do estado de saúde de cada enfermo, cuidava da sua limpeza, ministrava-lhes os medicamentos, servia a comida aos que não podiam descer ao refeitório da comunidade e tinha para todos uma palavra de conforto e de esperança. No decurso dos nove anos que serviu como enfermeiro, vários irmãos que ali foram internados – e que tantas vezes fizeram do Frei Aurélio o seu confidente – con­fessaram não ter palavras para expressar a sua gratidão pelo cari­nho com que foram tratados.

Entretanto, de Abril a Maio de 2003, o Frei Aurélio ainda arranjou tempo para participar em Frascati, Itália, no “Curso de Formação Permanente” organizado pelo Departamento Geral da nossa Ordem. Aproveitou então o ensejo para visitar e peregrinar também pelos chamados “lugares santos franciscanos”.

No segundo semestre de 2008, viu-se confrontado com delica­dos problemas de saúde e, em consequência de perturbações e complicações do foro hepático, teve que ser internado no Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de São João, no Porto. Veio a falecer inesperadamente na manhã de 22 de Julho desse mesmo ano. Contava 41 anos de idade e 15 de vida religiosa. Ficou sepul­tado no Cemitério de Paranhos, em talhão privativo dos Capuchi­nhos.