"A esperança em Deus"
LEITURAS:
1ª: 2 Mc 7,1-2.9-14. Salmo 17/16,1.5-6.8b.15. R/ Senhor, ficarei saciado, quando surgir a vossa glória. 2ª: 2 Ts 2,16–3,5. Evº: Lc 20,27-38. IV Semana do Saltério.
UMA IDEIA
A ressurreição, a vida após a morte são noções difíceis, que se complicam quando as procuramos explicar apenas com critérios e métodos humanos. Talvez seja mais adequado deixarmo-nos envolver pelo testemunho dos que nos precederam. No século II antes de Cristo, os Mártires de Israel resistiram até à morte, em nome da fé: «temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará» (1ª). Paulo fala da «eterna consolação e feliz esperança» (2ª) que brotam da fé. O salmista aponta a nossa meta: «Senhor, mereça eu contemplar a vossa face/ e ao despertar saciar-me com a vossa imagem» (salmo). Não somos como os «saduceus, que negam a ressurreição» (evangelho): acreditamos que Jesus Cristo ressuscitou. Por Ele e n’Ele, temos a vida.
UM SENTIMENTO
A esperança é uma palavra-chave. Bento XVI aprofundou-a na Carta Encíclica Spe salvi. Merece uma leitura atenta. Diz ser difícil abordar conceitos como a ‘vida eterna’. Resta-nos «conjeturar que a eternidade não seja uma sucessão contínua de dias do calendário, mas algo parecido com o instante repleto de satisfação, onde a totalidade nos abraça e nós abraçamos a totalidade. Seria o instante de mergulhar no oceano do amor infinito. Podemos somente procurar pensar que este instante é a vida em sentido pleno, um incessante mergulhar na vastidão do ser, ao mesmo tempo que ficamos simplesmente inundados pela alegria» (nº 12).