Marta, de Betânia, é irmã de Maria e de Lázaro. Os Evangelhos referem-na 13 vezes. Acolhedora e ativa, é o protótipo da mulher serviçal da sociedade judaica. Quando Jesus, a caminho de Jerusalém, aceita hospedagem em sua casa, Lucas apresenta-a «atarefada com muitos serviços», enquanto Maria, sua irmã, «sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra». E tendo ousado queixar-se ao Mestre, ouve em resposta: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada» (Lc 10,38-42).
João também a mostra a servir, num jantar oferecido a Jesus em sua casa, depois da ressurreição de Lázaro (Jo 12,1-2).
Não por acaso, a Casa de Hospedagem da Igreja, no Vaticano, onde o papa Francisco vive, chama-se Casa de Santa Marta. E esta santa é a padroeira do lar, das cozinheiras, das donas de casa, das tarefeiras, das casas de hóspedes, dos hoteleiros, das lavadeiras e das irmãs de caridade. Costuma ser representada com uma cruz, um avental e levando consigo um molho de chaves ou uma tocha.
O quarto Evangelho dá-nos conta da fé desta mulher, que participa da fé do seu povo na ressurreição dos mortos no último dia (Jo 11, 24), aprofundada no diálogo com Jesus, quando da morte de Lázaro seu amigo e irmão de Marta e Maria.
«Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse, então, a Jesus: “Senhor, se Tu cá estivesses, meu irmão não teria morrido. Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que tu pedires a Deus, Ele to concederá.” […]
Disse-lhe Jesus: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá para sempre. Acreditas nisto?” Ela respondeu-lhe: “Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.” Dito isto, voltou a casa e foi chamar sua irmã, Maria, dizendo-lhe em voz baixa: “Está cá o Mestre e chama por ti.”» (Jo 11,20-28).