A Israel Antiquities Authority – Autoridade de Antiguidades de Israel – descobriu novos fragmentos de manuscritos bíblicos com 2 mil anos, escritos principalmente em grego, com passagens dos doze profetas menores, como Zacarias e Naum.

“Depois das grandes descobertas dos anos 40 e 50, especialmente em Qumran e no Deserto da Judeia, nada semelhante tinha sido registado em relação a textos bíblicos. Achados de tamanha importância reacendem a emoção dos pesquisadores”, disse Marcello Fidanzio, professor de Ambiente Bíblico da Faculdade de Teologia de Lugano, ao portal ‘Vatican News’.

A operação de escavação onde descobriram os novos fragmentos de manuscritos bíblicos, que datam de 2 mil anos, escritos principalmente em grego, e fragmentos dos doze profetas menores, em particular Zacarias e Naum, foi conduzida pela Autoridade de Antiguidades de Israel no Deserto de Judá, território que se estende entre o Estado de Israel e a Cisjordânia.

“Estamos diante de pequenos fragmentos, um número limitado de linhas de texto escrito em grego a respeito do Antigo Testamento. Eles são o testemunho do que os estudiosos chamam de fluidez textual, a época em que o texto da Bíblia ainda não era estável e único. Apenas mais tarde, as Escrituras foram canonizadas, determinadas e transmitidas com grande fidelidade aos nossos dias”, desenvolveu Marcello Fidanzio, que é também diretor do Instituto de Arqueologia e Cultura das Terras Bíblicas.

Segundo o professor universitário de Ambiente Bíblico, essas descobertas introduzem num “momento histórico extremamente fascinante”, aquele em que a Bíblia “encontra a sua forma, se constitui”.

“Já havia naquela época, como nos pergaminhos usados na época de Jesus, um grande respeito pelo Nome de Deus, que não era pronunciado. Escreve-lo fazendo recurso a outro alfabeto é uma estratégia do escriba que visa induzir o leitor a concentrar a atenção nessas letras, ou seja, é um ponto do texto que exige grande respeito e sacralidade”, realçou.

O ‘Vatican News’ informa que foi descoberto um esconderijo de moedas raras da época de Bar-Kokhba, líder judeu que, entre 132 e 135, liderou a revolta contra os romanos.

Os arqueólogos encontraram também um esqueleto de uma criança, “envolto em um pano de linho há mais de seis mil anos”, provavelmente do sexo feminino, envolto em um pano e mumificado, e uma grande cesta intacta que remonta há 10.500 anos, provavelmente a mais antiga do mundo.

Marcello Fidanzio explicou que durante as duas revoltas “alguns refugiados encontraram abrigo nas cavernas”, durante as perseguições dos romanos, e esta caverna o “nome dramático” de “Caverna dos Horrores”, onde “morreram de fome e sede cerca de 40 pessoas, entre homens, mulheres e crianças”.

O também diretor do Instituto de Arqueologia e Cultura das Terras Bíblicas assinala que a descoberta de novos fragmentos de manuscritos bíblicos é “uma nova página na história das escavações arqueológicas”.