De 26 de julho a 04 de agosto, os Franciscanos Capuchinhos e a Comunidade Cristã de S. António, em Barcelos, realizaram uma Missão Evangelizadora Itinerante (MEI) em várias paróquias da Diocese de Bragança-Miranda, nomeadamente Argozelo, onde os Capuchinhos estão presentes desde novembro de 2023, Carção, Santulhão, Matela, Avinhó e Junqueira.
Ao longo dos dias, o número de “missionários”, variou entre os 25 e os 40. De Barcelos, veio a maioria dos participantes, acompanhados pelo Frei José Carlos. Mas também o Frei Luís Leitão, da Fraternidade de Fátima, se juntou ao grupo, acolhido pelo Frei Ricardo Jorge, o Frei Hermano Filipe e o Diácono Permanente António Rebelo e a sua família. Contamos ainda com a colaboração do jovem Diácono Nelson Vale e a Irmã Conceição Borges, das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado.
Os missionários começaram a chegar no dia 26 de julho e foram acolhidos pelo próprio bispo diocesano, Dom Nuno Almeida, na Oração de Vésperas que se realizou na Igreja Paroquial de Argozelo e no jantar que se lhe seguiu.
No dia 27, de manhã, o grupo dedicou-se a trabalhos manuais como a manutenção da casa e o cuidado da horta, tarefas a que os frades se dedicam diariamente, como qualquer família desta terra. À tarde montaram e inauguraram a exposição Laudato Si’, sobre o cuidado da casa comum, tiveram um ensaio para a Eucaristia de Domingo e, às 18h00, dinamizaram a Oração do Rosário. Às 21h00, promoveram o evento “Histórias da Mina”, que se realizou no anfiteatro do Centro Interpretativo das Minas de Argozelo, e que constou de histórias contadas pelos próprios mineiros, intercaladas por cânticos franciscanos. O espaço foi pequeno para acolher tantas pessoas que ali acorreram.
No dia 28, às 11h00, o grupo dinamizou a Eucaristia Dominical em Argozelo e, às 16h00, celebrou o Dia dos Avós no lar daquela localidade. À noite, organizou uma sessão de cinema no exterior do convento, que juntou dezenas de pessoas que quiseram assistir ao filme “Irmão Sol, Irmã Lua”.
No dia 29, o dia foi passado em Carção, primeiro com a Eucaristia no Lar, depois indo porta-a-porta a entregar uma pagela com uma oração de São Francisco e a convidar a população a participar na Eucaristia às 18h00. À noite, já em Argozelo, houve atividades de rua numa das praças da vila.
O dia 30 foi muito semelhante ao anterior mas, desta vez, na Paróquia de Santulhão.
No dia 31, dividimos o grupo em três, pois deveríamos marcar presença em três localidades: Matela, Avinhó e Junqueira.
O dia 01 de agosto foi passado em Bragança, de manhã no Jardim de Infância do Colégio Santa Clara e, à tarde, na Fundação Betânia, onde a Eucaristia foi presidida por Mons. Adelino Paes, Vigário-Geral da Diocese. Visitamos ainda a zona envolvente ao castelo de Bragança e o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, um espaço de divulgação das tradições relacionadas com as Máscaras do Nordeste Transmontano e da região de Zamora.
Nestes quatro dias, as deslocações foram apoiadas pela Câmara Municipal de Vimioso, que nos cedeu um autocarro.
O dia 02 de agosto, Festa da Virgem Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, foi passado em Argozelo, com atividades porta-a-porta e, à noite, com uma vigília no Espírito de Assis e ao estilo de Taizé, que nos surpreendeu pela elevada participação.
O dia 03 começou muito cedo, pouco depois das 04h00, com uma peregrinação a pé ao Santuário de S. Bartolomeu, com várias paragens no caminho para escutar a Palavra de Deus. A chegada aconteceu, como planeado, com o nascer do sol. Às 18h00 tivemos a Missa Nova do Frei Ricardo Jorge, a que se seguiu um convívio organizado pela Junta de Freguesia.
O domingo, dia 04 de agosto, começou com uma “Missa Campal” em honra do Senhor do Bonfim, presidida pelo Guardião da Fraternidade, Frei Hermano Filipe. A seguir ao almoço, fez-se a avaliação final e o grupo regressou a Barcelos.
Apesar de não se ter organizado nenhum curso bíblico, já previsto para as vésperas da visita pastoral do bispo diocesano a estas terras, o Evangelho foi anunciado todos os dias, com o testemunho de vida e correção fraterna, com o diálogo com a cultura local, nas meditações do Rosário e na pregação na Eucaristia, na preparação cuidadosa da sagrada liturgia, na oração antes ou após as refeições, no anúncio porta-a-porta, na caridade no trato com os idosos e as crianças e na criatividade das atividades de rua.
Esta Missão Evangelizadora Itinerante foi realizada no âmbito do Ano da Oração proclamado pelo Papa Francisco em vista do grande Jubileu da Igreja de 2025 que será vivido sob o lema: “Peregrinos da Esperança”. Também em 2025, celebraremos os 800 anos do Cântico das Criaturas, oração oferecida a todas as pessoas destas paróquias onde se realizou a missão.
Para estas gentes, foi um tempo de graça; para os(as) missionários(as) uma oportunidade de exercer a vocação missionária da Igreja, que sabe que hoje não basta sair do sofá para pregar e voltar ao sofá, mas que tem de abraçar com coragem o desconhecido, o contacto respeitoso com os não crentes, o calor quase insuportável dos dias e o cansaço acumulado, e que, depois de tudo isto, o sorriso estampado nos rostos, é melhor testemunha da alegria do Evangelho do que a erudição de pregações e conferências.