Em carta enviada aos seus irmãos em finais de 2018, frei Fernando Alberto, Ministro Provincial dos Capuchinhos em Portugal, sublinhava na agenda da Ordem e da Província as celebrações que deveriam animar o nosso ano de 2019: «É vivido em “Ano Laurenciano”, por ocasião dos 400 anos da morte, em Lisboa, de São Lourenço de Brindes, e em comprometida ação de graças pelos 50 anos de criação da Província Portuguesa».

Em diálogo recente com o frei Fernando Alberto, ele recordava que, embora estivessem abertos em Lisboa, de 1648 a 1834, dois conventos para acolher missionários em trânsito para o Brasil e Angola, só em 1934 é que alguns Capuchinhos espanhóis vieram para o sul de Portugal, começando aqui a trabalhar na implantação a Ordem. A 1 de março de 1939 foi erigido o Comissariado Geral de Portugal, que em 17 de setembro de 1957 adquiriu o estatuto de Comissariado Provincial, e, em 29 de junho de 1969, o de Província Portuguesa.

Meio século de história parece pouco; mas foi, sem dúvida, um tempo «rico de vivências e realizações» que merece ser festejado. Por isso, e ainda que a data oficial seja 29 de junho, será no dia 1 de julho que Irmãos Capuchinhos de todas as fraternidades em Portugal se irão juntar em Fátima para comemorar essa data. «Celebremos este primeiro meio século de história em comprometida ação de graças» pede o nosso Ministro Provincial, «pelo muito que os Irmãos fizeram ao longo destes anos, com destaque para a implantação da Ordem, a pregação popular e a dinamização bíblica do povo de Deus».

Na verdade, a celebração desta efeméride não se reveste de falsos triunfalismos, até porque a diminuição de Irmãos Capuchinhos na Europa, embora com um forte crescimento em África e na Ásia, poderá exigir outras formas de presença e de reorganização da Ordem.

Trata-se, sim, de celebrar a presença do carisma capuchinho, que acreditamos enriquece a Igreja em Portugal, e sobretudo celebrar a vida de tantos Irmãos que se empenharam dedicadamente ao longo destes anos em ser autênticos instrumentos de Deus ao jeito de São Francisco de Assis nos mais variados serviços que foram chamados a abraçar.

E trata-se, principalmente, de nos abrirmos aos desafios que a Igreja e o mundo hoje nos colocam, o que exige renovados métodos e a renúncia permanente ao “sempre se fez assim”, porque «ninguém deita vinho novo em odres velhos» (Mc 2,22).

A Virgem Santa Maria, no seu Imaculado Coração, padroeira da nossa Província, nos ajude nesse propósito.

 

Publicado na Revista BÍBLICA nº 383 (julho-agosto 2019), p. 1